sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Recalculando rota


Às vezes eu me identifico demais com Jonas. Outras vezes fico me perguntando. “Mano, como ele pode ser tão idiota? Ele não recebeu uma ‘profetada’. O próprio DEUS falou com ele e ainda sim ele fugiu?! (Jonas 1:1). Por outro lado, às vezes a gente foge da rota que estamos seguindo, mesmo que sem perceber. Outras vezes estamos na rota certa, mas não conseguimos saber aonde vai dar essa estrada. Então começamos nos desesperar, a tentar atalhos e outros subterfúgios pra conseguir “se encontrar”. E o que fazer quando saimos fora da rota ou simplesmente não sabemos o que fazer?
Em Mateus 6:21 existe um versículo muito conhecido, que normalmente usamos para enfatizar o lado “negro da força”.

“Pois onde estiver o seu tesouro, ai estará seu coração”

Por mais que a maioria das pregações que eu tenha ouvido sobre esse versículo tenha sido sobre colocarmos nosso coração no lugar certo, quero chamar a atenção para um outro detalhe. Esse versículo serve como uma bússola.
Quando eu chego muito tarde de São Paulo, normalmente desço na Rodovia e subo a pé pra casa. São uns 20 minutos de caminhada. Muito de longe da pra ver uma cruz bem no alto do meu bairro. É onde fica o cruzeiro. Minha casa fica duas ruas atrás dali. Mesmo pra quem não conhece o caminho, acharia fácil tendo o cruzeiro como “norte”. E é sobre isso o que esse versículo fala.
Se seu coração estiver em Cristo (literalmente na Cruz), mesmo que o caminho seja desconhecido, mesmo que esteja tudo escuro e ninguém pra te dizer aonde ir, você vai sempre conseguir andar para o “norte”.
Acho que a maioria das pessoas ouviu dos pais ou de outras pessoas que elas devem “pensar no futuro”, “se preparar” e outras frases relacionadas. São conselhos valiosos que realmente devemos nos atentar. Tive vários momentos de conversa esse final de semana sobre isso. Mas a falta de perspectiva, por vezes, nos deixam extremamente desanimados e o “se preparar para o futuro” (muitas vezes “nosso futuro egoísta”) acaba se sobrepondo ao presente. Não conseguimos viver o hoje porque nossa cabeça está toda lá na frente. E acabamos desistindo no meio do caminho. Achamos que o fato de não estarmos onde queríamos hoje, significa que é o fim da história.
Mas imagine, por exemplo, o povo de Israel. 40 anos no deserto e os únicos da geração que saíra do Egito e que entrára na terra prometida fora Josué e Calebe. Agora pense em Jesus. Ele viveu 33 anos na terra, como homem e sem pecar. Seu ministério começou aos 30 anos. Imagine ele com 29 anos de idade tendo essa conversa com Deus: “Pô, Pai! Você me mandou pra terra. Fazem 29 anos que eu to aqui fazendo móveis com meu pai terreno e até agora não fiz nada do que Tu tinha falado que eu ia fazer”. Tenho certeza que você também poderia citar milhares de exemplos como esses. Mas o ponto central disso é – eles não perderam o “norte” de vista.
Pra quem tem GPS no carro, acho que uma das frases mais chatas de se ouvir é “recalculando rota”. Significa que você fez algum desvio proposital ou simplesmente errou o caminho. Se você se sente desanimado, sem falta de perspectiva, se sente literalmente no fundo do poço, eu te convido a recalcular sua rota.
Sim, você pode voltar pra estrada. Digo, por que eu consegui voltar. Na verdade, acho que tenho minha rota recalculada todos os dias e isso só é possível pela graça, misericórdia e amor de Deus e não por merecimento próprio. E a cada vez que você recalcula essa rota, dá mais valor para o caminho, porque entende que fora dele, apesar de haver vários atalhos, podem haver vários destinos que podem, definitivamente, não ser o que você buscava. O caminho tá dificil, mas o norte tá vísivel ainda? Siga em frente. E mesmo que você não tenha ninguém para indicar a rota, haverão placas na estrada. Nos encontramos lá!

“Todos os que competem nos jogos se submetem a um treinamento rigoroso, para obter uma coroa que logo perece; mas nós o fazemos para ganhar uma coroa que dura para sempre.Sendo assim, não corro como quem corre sem alvo, e não luto como quem esmurra o ar. Mas esmurro o meu corpo e faço dele meu escravo, para que, depois de ter pregado aos outros, eu mesmo não venha a ser reprovado.”

(I Cor 9:25-27)


Rodrigo Silva

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